Interview @ TSF Rádio Notícias, published 9 December 2019
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Joana Ramiro vê piscadelas de olho entre Jeremy Corbyn e Nicola Sturgeon, a líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP).
A jornalista portuguesa, há 13 anos em Londres, considera que em caso de hung parliament, ou seja de um impasse nas eleições de quinta-feira, quer Boris Johnson quer Jeremy Corbyn podem propor à Rainha a formação de um governo. No caso do líder dos trabalhistas, Corbyn “teria de formar um governo de tipo geringonça, com o SNP”.
Joana Ramiro é militante do Partido Trabalhista, fez campanha nas zonas consideradas marginais, onde o resultado é discutido taco a taco, mas assume que está preocupada com uma eventual maioria de Boris Johnson: “Esta semana, foi a primeira vez que pensei na possibilidade de fazer um hiato”, saindo de Londres para “outro sítio qualquer e duvido que seja a única pessoa a pensar assim.”
A jornalista nota uma “tensão palpável” na sociedade britânica e confessa que não sabe se aguentaria quatro anos de maioria conservadora estável. “Engulo em seco”, afirma, mas sair do Reino Unido seria um “processo de salvaguarda mental”, tendo em conta o “quão selvagem a situação se vai tornar”. Enquanto aguarda pelo resultado das eleições, Joana Ramiro vai tratar dos papéis para se tornar oficialmente cidadã britânica. É uma “apólice de seguro”, afirma a jornalista militante.